Crise hipertensiva: considerações e condutas no transcirúrgico em Implantodontia

Crise hipertensiva: considerações e condutas no transcirúrgico em Implantodontia

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AUTORES

Maria Cristina Pedrazini
Mestra em Ciências Odontológicas, docente e pesquisadora no programa de pós-graduação em Implantodontia – SLMandic. Doutoranda em Odontologia – FOP/Unicamp.
Orcid 0000-0002-7649-6626.

Francisco Carlos Groppo
Professor titular do Depto. de Biociências – FOP/Unicamp.
Orcid 0000-0002-8513-773X.


RESUMO

Objetivo: abordar as possíveis causas, complicações e conduta frente à crise hipertensiva, em um relato de caso clínico na área de Implantodontia. Terapia aplicada: indivíduo do sexo masculino, com 64 anos de idade, 56 kg e sete elementos dentários comprometidos na região anteroposterior de mandíbula, teve como plano de tratamento a remoção destes e a instalação de implantes imediatos para protocolo mandibular. O paciente foi classificado como ASA I após exames pré-operatórios e avaliação cardiológica. Na primeira cirurgia, logo após as exodontias, houve um aumento significativo da pressão arterial e o procedimento foi interrompido. Algumas medidas foram tomadas, o paciente foi mantido em observação e somente dispensado após os níveis pressóricos retornarem a valores seguros, sendo encaminhado para uma nova avaliação cardiológica. Para a instalação dos implantes dentários, uma nova consulta foi agendada após 60 dias. Resultados: na primeira intervenção houve uma súbita elevação da pressão arterial, atingindo valores de 228 x 134 mmHg, caracterizando uma crise hipertensiva que foi controlada com sucesso. Na segunda intervenção, programada para a instalação dos implantes, os possíveis fatores desencadeantes da crise foram prevenidos. Apesar disso, ocorreu um pico hipertensivo de 184 x 113 mmHg durante a cirurgia, o que não impediu seu prosseguimento. Os níveis pressóricos retornaram a valores seguros de 140 x 90 mmHg nos dois atos cirúrgicos. Conclusão: a avaliação dos sinais vitais, em especial a pressão arterial, deve ser realizada não somente na consulta inicial e no pré-operatório imediato, mas em todas as sessões de atendimento dentro do processo de reabilitação oral. Diante de qualquer anormalidade, é de boa norma considerar a relação risco/benefício do procedimento para que possíveis intercorrências possam ser evitadas, minimizando assim qualquer risco à saúde dos pacientes.

Palavras-chave – Anamnese; Pressão arterial; Hipertensão; Fatores de risco; Acidente vascular cerebral.


ABSTRACT

Objective: to address the possible causes, complications and management of the hypertensive crisis in a case report in the area of Implantology. Case report: a 64-year-old male, 56 kg, with 7 compromised dental elements in the anteroposterior region of the mandible, had as its treatment plan their removal and the installation of immediate implants for mandibular protocol. Patient classified as ASA I after preoperative examinations and cardiac evaluation. In the first surgery, immediately after the extraction, there was a significant increase in blood pressure and the procedure was interrupted. Some measures were taken, the patient was kept under observation and only discharged after the blood pressure levels returned to safe values, being referred for further cardiac evaluation. For the installation of dental implants, a new appointment was scheduled after 60 days. Results: in the first intervention there was a sudden rise in blood pressure, reaching values of 228 x 134 mmHg, characterizing a hypertensive crisis that was successfully controlled. In the second intervention, scheduled for implant installation, the possible triggering factors of the crisis were prevented, but despite this, a hypertensive peak of 184 x 113 mmHg occurred during surgery, which did not prevent its continuation. Blood pressure levels returned to safe values of 140 x 90 mmHg in both surgeries. Conclusion: the assessment of vital signs, especially blood pressure, should be performed not only in the initial consultation and in the immediate preoperative period, but in all care sessions within the oral rehabilitation process, as it serves as an indicator of physical conditions of the patients. Given any abnormality, it is good practice to consider the risk/benefit ratio of the procedure so that possible complications can be avoided, and thus minimize any risk to the health of patients.

Key words – Medical history; Blood pressure; Hypertension; Risk factors; Stroke.


Recebido em dez/2019
Aprovado em fev/2020