Engenharia tecidual óssea com células periosteais em cirurgias de enxerto ósseo no seio maxilar

Engenharia tecidual óssea com células periosteais em cirurgias de enxerto ósseo no seio maxilar

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AUTORES

Alberto João Zortéa Jr.
Especialista em Implantodontia – CFO; Especialista em Periodontia – Aonp; Mestre em Periodontia – SLMandic; Doutor em Implantodontia – Universidade Federal de Santa Catarina; Pós-doutorado em Implantodontia – Universidade Estadual de Londrina.
Orcid: 0000-0002-2590-9232.

Francyne Baldo do Nascimento
Graduanda em Odontologia – Universidade Estadual de Londrina.
Orcid: 0000-0003-3615-6587.

Anielle Aparecida Parmagnani
Graduanda em Odontologia – Universidade Estadual de Londrina.
Orcid: 0000-0003-0931-0294.

RESUMO

Objetivo: avaliar a utilização de osso obtido através da engenharia de tecidos, derivado de cultura de células do periósteo, para cirurgia de enxerto no seio maxilar e instalação de implantes dentários. Material e métodos: foi feita uma busca eletrônica sobre os relatos de caso e/ou ensaios clínicos e revisões sistemáticas nas bases de dados MEDLINE (1980-2019), PubMed (1980-2019) e Web of Science (1980-2019), utilizando os descritores: maxillary sinus; tissue engineering e periosteum. Foram incluídos somente os artigos publicados na língua inglesa. Os critérios de inclusão foram os seguintes: estudos que utilizaram protocolos de engenharia tecidual óssea semelhantes, tendo sido utilizadas as mesmas áreas doadoras, padrões similares de cultivo e caracterização celular, e utilização de matrizes poliméricas. Técnicas cirúrgicas de enxerto ósseo de seio maxilar equivalentes, implantes osseointegrados colocados imediatamente ou posteriormente às cirurgias de enxertos, análises clínicas, histológicas e radiográficas foram utilizados nestes estudos. Resultados: dos artigos encontrados relacionados ao tema, apenas 11 preencheram os critérios de inclusão, sendo cinco ensaios clínicos e seis relatos de casos. Nos ensaios clínicos, foi obtido um resultado melhor com enxerto de osso autógeno coletado a partir da crista ilíaca. Em estudos que utilizaram a engenharia de tecidos, houve uma maior taxa de sucesso em casos que não envolveram grandes áreas a serem enxertadas e nos casos que os implantes dentários foram instalados imediatamente à cirurgia de levantamento e enxerto do seio. Conclusão: apesar das análises dos poucos relatos de caso e ensaios clínicos encontrados e envolvidos nesta revisão apontarem a possibilidade do uso da engenharia tecidual óssea de células periosteais em cirurgias de levantamento de seio maxilar, especialmente em casos em que não há o envolvimento de extensas áreas e em que os implantes sejam instalados imediatamente ao enxerto, ainda não é possível afirmar a eficácia deste método, devido à carência de estudos que credenciem a técnica relatada como baseada em evidências científicas.

Palavras-chave – Seio maxilar; Engenharia de tecidos; Periósteo.


ABSTRACT

Objective: to evaluate the use of bone obtained through tissue engineering, derived from cell culture of the periosteum for graft surgery in the maxillary sinus and installation of dental implants. Materials and methods: an electronic search was performed on the following electronic databases: MEDLINE, PubMed and Web of Science and the key words maxillary sinus, tissue engineering and periosteum were used. The inclusion criteria were: studies with similar bone tissue engeneering protocols, with the same graft areas, similar patterns of cell culture, characterization and polymeric scaffolds. Similar maxillary sinus bone graft surgeries technique, osseointegrated implants inserted immediately or posterly to graft surgery, clinical, histological and radiographic analysis were used in these studies. Results: from articles only 11 met the inclusion criteria, 5 of which were clinical trials and 6 case reports in clinical trials, a better result was obtained with autogenous bone graft collected from the iliac crest. Who used tissue engineering, there was a higher success rate in cases that did not involve large areas to be grafted and, in cases where dental implants were installed immediately after breast lift and graft surgery. Conclusion: despite the analysis of the few case reports and clinical trials found and involved in this review, they point to the possibility of using bone tissue engineering of periosteal cells in maxillary sinus surgeries, especially in cases where there is no involvement of large areas and in that the implants are installed immediately after the graft, it is still not possible to affirm the effectiveness of this method, due to the lack of studies that accredit the reported technique as based on scientific evidence.

Key words – Maxillary sinus; Tissue engineering; Periosteum.


Recebido em out/2019
Aprovado em fev/2020