Esta entrevista foi gravada em 1 de fevereiro de 2020 e, portanto, os comentários e projeções não consideram o impacto econômico da pandemia de Covid-19.
Neodent fala sobre os novos movimentos para ampliar a presença no mercado.
Reportagem: Adilson Fuzo
Texto: Andressa Trindade
Se os resultados do ano anterior foram bons, isso não é motivo para ficar na zona de conforto em 2020. Essa é a visão de Matthias Schupp, CEO da Neodent e EVP Latam da Straumann, sobre as perspectivas de negócio para os próximos meses. “Tivemos um ano bom para o Grupo Straumann, especificamente na América Latina e no Brasil. Por aqui, tivemos um forte crescimento”, detalha Schupp. Esse índice é avaliado como positivo, levando em consideração o atual cenário político-econômico do País, já que as reformas demoraram um pouco para acontecer, o que travou, de alguma forma, o mercado.
Dessa maneira, o market share da companhia continua acima dos 50%. “Somos a empresa-piloto, por isso nosso crescimento influencia o crescimento do mercado. Com base nesses dados, eu avalio que o setor de Implantodontia teve um incremento de 5% a 8% no ano passado”, explica.
Desde 2015, quando aconteceu a aquisição da Neodent pela Straumann, o negócio e o volume produzido foram duplicados. E agora entra em uma nova fase com a nova fábrica de Curitiba (PR). Nesse momento, o foco está na produção automatizada da marca de alinhadores ClearCorrect. Além disso, a produção da Neodent também se beneficiará com novas máquinas e maior capacidade, já que a antiga planta opera em capacidade máxima. Outro grande plano para o espaço é a produção de resina para exportação. “Nesse momento, temos 12.000 m². Além de aumentar nossa capacidade produtiva, a infraestrutura da nova fábrica confere modernidade à operação com, por exemplo, amplo refeitório, tratamento da água e geradores solares”, comenta.
SEM LIMITES
Matthias Schupp tem muito orgulho da expansão global da Neodent, que marca presença em 64 países de forma direta, não via distribuidor. “A internacionalização significa justamente estar de fato no país, com boa estrutura e organização. Em nosso favor, temos a facilidade de poder aproveitar a estrutura oferecida pelo Grupo Straumann”, afirma.
Internacionalmente, o segundo maior mercado para a Neodent é os Estados Unidos, onde a companhia atua há cinco anos e concentra mais de 10% de market share.
O CEO explica que hoje entre 40% e 45% de toda a produção é dedicada à exportação, mas que a meta é alcançar os 50%. Além do solo norte-americano, a companhia tem destaque na Espanha, Itália, Portugal, Alemanha, Suíça, Dubai e Japão. O próximo passo, já em andamento, é chegar à Rússia.
Mirando em movimentos estratégicos, Schupp destaca a aquisição da Yller, fabricante de biomateriais, como um grande passo para a Neodent. Com essa movimentação, a companhia ganhou inovação e mais espaço no segmento de resinas, principalmente porque precisa desse material para a produção da ClearCorrect. O CEO acredita que a impressão 3D tem um grande futuro nesse mercado e a Neodent estará preparada com este insumo inhouse.
Quanto à Implantodontia, a grande novidade é o lançamento dos implantes cerâmicos, que estão em fase de desenvolvimento. “Com desenho Alvim, ele é uma coprodução entre Alemanha e Curitiba. Queremos ter mais dados científicos, pois, como é uma área nova para nós, o mercado vai nos pedir resultados de testes. De fato, quero transmitir confiança. Além disso, é um produto que vamos oferecer a um valor competitivo. Em nível mundial, será o implante cerâmico mais econômico”, prevê.
Outro assunto que Schupp faz questão de comentar é a iniciativa social da empresa, mais especificamente a Expedição Novos Sorrisos – uma unidade de atendimento móvel que percorre o Brasil levando saúde bucal à população que não tem acesso. “Tenho muito orgulho desse novo projeto, que visa devolver algo à população, dar atenção, novos sorrisos e nova qualidade de vida a pessoas que nunca tiveram a chance de visitar um dentista”, explica. Há um ano no mercado, a ClearCorrect traçou uma rota de sucesso e aprendizado. “No início não foi fácil, pois não tínhamos essa experiência, tivemos que aprender com uma equipe de ortodontistas especialistas que ajudaram a conhecer melhor o mercado e as necessidades dos pacientes. O Brasil foi o primeiro país fora dos Estados Unidos a receber uma produção ClearCorrect. Temos muita paixão por esse sistema, por possibilitar criar sorrisos, qualidade de vida e boa estética. É uma marca mais fresh, mais jovem, mais alegre”, explica Schupp.
