Estudo compara o potencial de regeneração óssea usando dentina autóloga como material de preenchimento do defeito ósseo.
AUTORES
Sérgio Alexandre Gehrke
Diretor da Cátedra de Biotecnologia – Universidade Católica de Múrcia, Espanha; Professor Catedrático – Universidade Católica de Múrcia, Espanha; Diretor Depto. de Pesquisa – Centro de pesquisas Biotecnos, Montevidéu/Uruguai.
Orcid: 0000-0002-5863-9101.
Jaime Aramburu Junior
Professor do Depto. de Cirurgia – Faculdade de Medicina Veterinária, Faculdade de Itapiranga.
Orcid: 0000-0002-0519-0099.
Letícia Pérez-Díaz
Pesquisadora do Laboratório de Interações Moleculares – Faculdade de Ciências, Universidade da República, Montevidéu/Uruguai.
Orcid: 0000-0002-5084-7619.
Berenice Anina Dedavid
Professora do Depto. de Engenharia de Materiais – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
RESUMO
Objetivo: avaliar e comparar in vivo o potencial de regeneração óssea usando dentina autóloga como material de preenchimento do defeito ósseo versus defeitos preenchidos por coágulo. Material e métodos: foram utilizados seis coelhos, dos quais os dois incisivos inferiores foram extraídos. Esses dentes foram limpos, secos e moídos imediatamente usando o Smart Dentin Grinder. Foram elaborados 24 defeitos ósseos (dois por tíbia) utilizando uma trefina de 5 mm de diâmetro. Dois grupos foram criados (n=12 por grupo): grupo G1, no qual o defeito foi preenchido somente pelo coágulo; grupo G2, no qual o defeito foi preenchido por dentina autóloga proveniente de um dente extraído e triturado durante a cirurgia. As amostras foram coletadas oito e 12 semanas após a cirurgia. Posteriormente, foram processadas e tratadas para analisar histológica e histomorfometricamente. Resultados: no período de oito semanas, não foram encontradas diferenças importantes nos valores de neoformação óssea entre os grupos (p > 0,05). Entretanto, no período de 12 semanas, o grupo G2 mostrou uma formação óssea substancialmente maior do que a encontrada no grupo G1 (p < 0,001). A altura óssea medida no centro do defeito de cada amostra apresentou valores significativamente superiores para o grupo G2 em ambos os tempos avaliados (p < 0,001). Conclusão: partículas autógenas de dentina são uma boa alternativa para remodelação óssea, com adequada formação óssea após oito semanas e maior quantidade de osso lamelar após 12 semanas de cicatrização, quando comparado com os defeitos cicatrizados apenas com o coágulo.
Palavras-chave – Smart Dentin Grinder; Enxerto autógeno de dentina particulada; Regeneração óssea.
ABSTRACT
Objective: to evaluate and compare in vivo the potential of bone regeneration using autologous dentin as a bone defect versus clot filled defect material. Material and methods: six rabbits were used, in which the two lower incisors were extracted. These teeth were cleaned, dried and ground immediately using the Smart Dentin Grinder. Twenty-four bone defects (2 per tibia) were made using a 5 mm diameter trephine. Two groups were created (n=12 per group): Group G1, where the defect was filled only by the clot; Group G2, where the defect was filled with autologous dentin from an extracted and ground tooth during surgery. Samples were collected 8 and 12 weeks after surgery. They were processed and treated to assess histological and histomorphometrically. Results: in the 8-week period no significant differences in bone neoformation values were found between groups (p > 0.05). However, in the 12-week period, group G2 showed a substantially higher bone formation than group G1 (p < 0.001). The bone height measured at the center of the defect of each sample showed significantly higher values for group G2 at both times evaluated (p < 0.001). Conclusion: autogenous dentin particles are a good alternative for bone remodeling, with adequate bone formation after 8 weeks and larger amount of lamellar bone after 12 weeks of healing, when compared with defects healed with the clot alone.
Key words – Smart Dentin Grinder; Autogenous particulate dentin graft; Bone regeneration.
Recebido em dez/2019
Aprovado em dez/2019