Sequência clínica apresentada traz uma reabilitação implantossuportada unitária utilizando tecnologias digitais.

Com o advento dos sistemas CAD/CAM, tornou-se possível confeccionar de maneira digital coroas protéticas sobre implantes resistentes, funcionais, biologicamente estáveis e estéticas. Com isso, obtém-se um perfil de emergência natural em coroas implantossuportadas estéticas, confeccionando-as em dissilicato de lítio para serem cimentadas em pilares híbridos, projetadas individualmente e digitalmente, e sem a necessidade de procedimentos de cimentação intraorais.

O objetivo deste trabalho é apresentar uma sequência clínica de uma reabilitação implantossuportada unitária utilizando tecnologias digitais, envolvendo desde o enceramento digital até a fresagem de uma coroa em dissilicato de lítio para ser cimentada em base de titânio.

Um paciente de 35 anos se apresentou para reabilitação implantossuportada na região do dente 37 já reaberto e com cicatrizador e uma boa faixa de mucosa queratinizada (Figura 1). Inicialmente, foi realizada moldagem com moldeira fechada para confecção de coroa provisória sobre implante (Figura 2), para condicionar o tecido mole peri-implantar. Na cirurgia de reabertura (segundo estágio cirúrgico), o manejo da arquitetura do tecido mole começa com a inserção de um cicatrizador mais largo. A partir do formato circular do cicatrizador, deve ser gerado um perfil na mucosa peri-implantar de acordo com a reconstrução planejada correspondente e imitando um dente natural. As próteses provisórias oferecem a possibilidade de criar o perfil de emergência ideal diretamente no local, adaptando-se à situação da dentição adjacente. A manipulação dos tecidos moles com a técnica de compressão dinâmica é realizada pela indução de pressão para guiar o tecido mole e “comprimi-lo” para a posição correta. Ao personalizar a forma e o contorno, o arcabouço peri-implantar é melhorado e o perfil de emergência é formado no provisório (Figura 4).

Foi feita a moldagem personalizada com transferente de moldeira aberta personalizado, com o mesmo perfil de tecido clinicamente aprovado na prótese provisória (Figura 5). Essa técnica tem sido proposta para transferir o perfil de tecido mole criado para o modelo de trabalho (Figura 6), que será escaneado. Posteriormente, foi realizado o enceramento digital da coroa sobre implante pelo TPD Leandro Gambogi (Figura 7). Após todos os ajustes anatômicos e oclusais (Figura 8), a coroa foi fresada em dissilicato de lítio para ser cimentada no pilar base de titânio (Figura 9). A coroa definitiva fresada em dissilicato de lítio foi cimentada com cimento resinoso no pilar base adaptada no modelo de trabalho (Base T – Implacil De Bortoli – São Paulo/SP), Figuras 10 e 11. Após o acabamento e polimento (Figura 12), foi parafusada no implante (Figura 13).

O acompanhamento de 18 meses mostrou que os tecidos moles peri-implantares ficaram biologicamente estáveis e com boas condições de mucosa queratinizada e nível ósseo. Portanto, uma coroa sobre implante, de peça única projetada e fabricada a partir de um bloco CAD/CAM de dissilicato de lítio e cimentada com cimento resinoso, pode apresentar precisão, previsibilidade, rapidez e resistência. Porém, essas vantagens só serão atingidas com compromisso, treinamento contínuo e dedicação dos profissionais envolvidos na reabilitação protética.