Enxerto de tecido mole autógeno para reconstrução plástica cirúrgica periodontal e peri-implantar

Enxerto de tecido mole autógeno para reconstrução plástica cirúrgica periodontal e peri-implantar

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Seleção de artigos científicos de destaque publicados em periódicos de circulação internacional. Paulo Rossetti (editor científico da revista) e Rafaela Videira (doutoranda em Clínica Odontológica/Periodontia – FOP/Unicamp) fizeram uma leitura crítica e comentada como proposta para ampliar nossos conhecimentos.

Enxerto de tecido mole autógeno para reconstrução plástica cirúrgica periodontal e peri-implantar

Zucchelli G, Tavelli L, McGuire MK, Rasperini G, Feinberg SE, Wang HL et al. Autogenous soft tissue graft ing for periodontal and periimplant plastic surgical reconstruction. J Periodontol 2019 Aug 28.

Por que é interessante: apresenta as mais recentes evidências sobre o uso de enxerto de tecido mole para ganho de espessura e cobertura de recessão ao redor de dentes e implantes. São destacadas as indicações e a previsibilidade do enxerto gengival livre (EGL) e as técnicas de enxerto de tecido conjuntivo (ETC).

Desenho experimental: são apresentadas as últimas evidências desde o workshop da AAP Regeneration, em 2015, sobre procedimentos plásticos periodontais.

Os achados: o EGL sofre encolhimento significativo durante o processo de cicatrização, e a estabilização com cianoacrilato pode diminuir o encolhimento e também a dor. O EGL parcialmente epitelizado, na área anterior inferior, pode melhorar deficiências estéticas e aumentar a porcentagem de recobrimento. O aumento de tecido mole usando EGL foi eficaz em reduzir a inflamação e o desconforto do paciente. Um mínimo de 2 mm é ideal para a manutenção da saúde peri-implantar. Abordagens com ETC demonstram maior potencial de alcançar o completo recobrimento radicular e melhores resultados estéticos. Demonstrou-se que o retalho posicionado coronalmente (RPC) + ETC proporciona resultados superiores em comparação ao RPC sozinho somente quando a espessura gengival é ≤ 0,8 mm. Ao tratar deiscências de tecidos moles peri-implantares, o uso de ETC é altamente recomendado, independentemente da largura ou espessura da mucosa queratinizada. A tuberosidade da maxila a torna um local doador alternativo ao palato mole.

Conclusão: há evidências suficientes para suportar o uso do enxerto de tecido autógeno em cirurgias plásticas periodontais e peri-implantares. O EGL é considerado a técnica de escolha para ganho de espessura e aumento de tecido queratinizado ao redor de dentes e implantes. A técnica do ETC é altamente previsível para recobrimento radicular associado à estética favorável.

Veja o artigo original em: https://bit.ly/2qR4r7q