Editorial de Paulo Rossetti e Antonio Sallum debate o mundo digital e as novas ferramentas.

Atravessamos o ano de 2019 mesmo diante de todas as turbulências políticas e econômicas. Atendemos nossos pacientes, colocamos nossos implantes e biomateriais, fizemos as nossas próteses. A Implantodontia, a Periodontia e a Prótese Dentária não deixaram de existir. Um dos maiores congressos do mundo – sucesso mais uma vez (muito obrigado a todos) – mostrou os caminhos em 2020.

Aliás, estamos fechando as duas primeiras décadas do século 21. É hora de refletirmos, de aproveitarmos as novas perspectivas. É hora de recomeçar. Nesse momento, é preciso usar a cabeça: se você tem experiência, colete tudo o que existe de bom para trabalhar. Se você não tem tanta experiência, converse com quem tem.

E 2019 nos mostrou algumas lições:

1. O mundo digital veio para ficar: não tente remar contra, pegue essa onda. Não importa em qual ponto da cadeia (produtor ou consumidor) você está. Basta uma câmera intraoral e um chefe de CAD/CAM com conhecimento em prótese. É possível fazer desde uma simples placa miorrelaxante até uma prótese de zircônia monolítica; pode-se imprimir um modelo 3D com coroas provisórias, uma prótese total ou um gabarito cirúrgico que se encaixa com 95% de segurança nos dentes vizinhos. O nosso grau de empoderamento mudou. E mais ainda o dos pacientes, agora com os alinhadores invisíveis.
2. A Periodontia traz novas ferramentas: use e abuse da nova classificação das doenças periodontais. Os pacientes precisam e vão agradecer. Definitivamente, quem conseguir medir o risco de perder um dente ou implante vai poupar muito dinheiro e terá clientes mais satisfeitos (o que nos leva ao item 3).
3. Implantes dentários não são para sempre: a lição mais dura. Não é o implante dentário, é o que o organismo do paciente faz com ele (sistema imune). Funcionou bem por uns 20 anos? Houve um problema precoce? Tente outra vez. Aproveite o melhor dos dois mundos: a tal da osseointegração pode ser apenas uma reação de defesa (demarcação óssea), mas as células ao redor do titânio (macrófagos) são como moedas: podem aumentar a inflamação ou levar à regeneração (em 95% dos casos).
4. Seu “guru” de aprendizado é on-line/off-line: é o fim dos gurus (no sentido clássico). Estamos na era dos tutores. O clínico da próxima década não precisará fazer todas as especialidades, mas necessitará cada vez mais saber como elas funcionam nas interfaces, ou seja, como é a conversa entre Prótese Dentária/Periodontia, Periodontia/Implantodontia etc., para fornecer o melhor serviço aos seus pacientes.

Aproveitamos para agradecer a todos os revisores da revista, que nos ajudaram a selecionar e colocar nessas páginas o melhor do mundo científico. Agradecemos também à equipe da VMCom por mais um ano de grandes conquistas.

Desejamos um excelente 2020 a todos. Boa leitura!

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