Oi, 2020

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Em editorial, Paulo Rossetti e Antonio W. Sallum fazem um balanço da evolução da Periodontia e da Implantodontia nas duas primeiras décadas do século 21.

É o fim. Nessas duas primeiras décadas do século 21, a Periodontia valorizou o tratamento periodontal dentro da saúde sistêmica, buscando a qualidade de vida e a longevidade dos pacientes. Foram publicadas centenas de artigos sobre a relação entre a doença periodontal e diversas situações, como parto pré-termo e de bebês com baixo peso, obesidade, artrite reumatoide, infecção pelo HIV-1, doenças renais, gástricas, cardiovasculares e pulmonares, ou seja, um grande interesse na Medicina Periodontal. Novas técnicas para sequenciamento do DNA e bioinformática geraram um mapa muito mais amplo da biodiversidade microbiana relacionada com os estados de saúde e doença. Novas ferramentas permitiram identificar diferentes citocinas no fluido gengival, ampliando o nosso horizonte de entendimento no binômio microbioma-hospedeiro.

Houve um refinamento das técnicas cirúrgicas periodontais que incluem procedimentos minimamente invasivos com máxima preservação dos tecidos papilares. A reconstrução periodontal evoluiu com a engenharia de tecidos, combinando a ciência dos biomateriais com a biologia celular/molecular. Fatores biologicamente ativos demonstraram efeitos significativos em trabalhos clínicos controlados para situações específicas. Ainda, a Periodontia assumiu um papel de destaque na estética do sorriso. Condições como sorriso gengival, deficiência de tecido queratinizado, recessões gengivais, defeitos de rebordo alveolar, entre outras, podem ser resolvidas através de procedimentos plásticos periodontais.

Por outro lado, a Implantodontia continuou sua busca pela relação torque versus estabilidade primária. Novos índices para medir a estética sobre implantes foram lançados, mas já se desvencilhando do heroicismo clássico da manutenção do nível gengival na região vestíbulo-mediana. Ainda há espaço para novos desenhos de implantes e componentes. Tomografias feixe cônico e fluxo digital são populares. Os desfechos relatados pelos pacientes na implantoterapia agora assumem outro patamar de importância.

Periodontia e Implantodontia apresentaram um sinergismo necessário com a nova classificação das doenças periodontais e peri-implantares, referendada pela Academia Americana de Periodontia e Federação Europeia de Periodontia. É uma nova visão acompanhada de uma avaliação crítica da literatura, reiterando a importância de possíveis fatores de risco para a evolução da doença periodontal (fumo e diabetes, por exemplo).

É o fim de uma era também para a ImplantNewsPerio, que apresenta um visual renovado, mais leve e com QR Codes para acesso a materiais complementares.

Bem-vindos e boa leitura!